12 de dez. de 2010

Dr. Galvão hospitalizado


É com extremo pesar que informamos que neste sabádo, pouco tempo depois do encerramento da última palestra sobre Os Escritos Técnicos de Freud, o Professor Doutor Manoel Dias Galvão, coordenador e responsável por todos os projetos aqui relacionados, foi atingido por uma bala na cabeça, por motivos ainda desconhecidos, e se encontra em estado grave no Hospital Pronto Socorro Dr. João Lúcio, em Manaus.
Estamos  horrorizados com o acontecimento, em vista da barbárie e violência do ato contra um médico extremamente dedicado, em seus 64 anos, após tanto tempo de serviços prestados e comprometimento profissional. Expressamos aqui nossa indignação e nosso profundo lamento.

Aguardamos ansiosamente por notícias e pela urgente melhora do Professor Galvão.

9 de dez. de 2010

Medicalização de Crianças

Seguem abaixo alguns vídeos sobre a medicalização de crianças e adolescentes, muitas vezes abusiva e errônea. Conflitos estes silenciados pela redução de questões sociais na doença de indivíduos.

- Vídeo de Helena do Rego Moneteiro sobre medicalização da vida escolar e sobre o II Seminário Regional de Psicologia e Direitos Humanos, que ocorreu em 2006 e teve como tema a medicalização da vida.
 - Discursso de Luiz Fuganti no CRP-EJ, em 29/03.

Ambos no seguinte Link; http://www.crprj.org.br/publicacoes/videos/  Pesquisar por nomes.

- Vídeo do Dr. Thomas Szaz denunciando a medicalização (CRP já tem versão com legendas em português)

6 de dez. de 2010

Os Escritos Técnicos de Freud - 04/12/10

ESTUDO DE CASO - ROBERTO

Em comparação ao CASO DICK, perbemos a grande diferença entre um caso de Autismo e um caso de Psicose. 

Considerações Iniciais

- Tudo gira em torno na expressão "o lobo!";
- Simbólico não é a linguagem, tem a ver com a palavra;
- Toda obra de Lacan gira em torno na função da palavra;
- Para ler Lacan é preciso manter certa distância, pois o homem só enxerga as coisas tomando tal distância das mesmas;
- Importante ressaltar que toda obra de Lacan visa repensar os textos fundamentais de toda obra psicanalítica;
- Freud chama a transferência de amor, mas é um amor às avessas;
- Você paga para ser amado, mas não pode ser amado;
- O neurótico puxa a realidade para a fantasia, o que não é possível para o psicótico;
- Lacan dá a palavra à Rosine Lefort, sua aluna, quem relata o caso de Roberto;

O Relato

- Roberto nasceu em 04/03/48
- Viveu até os três anos em mais de 25 diferentes lugares;
- Roberto viveu em hospitais, nunca foi adotado, nem conviveu em família;
- O pai é desconhecida e a mãe foi internada com diagnóstico de paranóica;
- Mãe ficou com ele até os 5 meses;
- Essa criança foi submetida à toda forma de violência e negligência;
- A mãe lhe faltou com alguns cuidados, à ponto de deixá-lo passar fome;
- Foi hospitalizado aos 5 meses, saiu aos 9 meses, devolvido quase à força para a mãe. Voltou para o hospital 2 meses depois, com desnutrição, quando foi abandonado em definitivo pela mãe;
- Isso é algo que acontece frequentemente com nossas crianças;
- Quando tinha 3,5 anos foi proposta uma internação pós estágio parapsicótico;
- Apresentava gritos frequentes, risos gulturais, só sabia dizer duas palavras "dona" e "lobo" (repetia a última o dia inteiro);

- O uso e esvaziamento do pinico chamavam muito a atenção. Não podia suportar as portas abertas, o grito das outras crianças, as mudanças de quarto;
- Comportamento violento e incapacidade de agredir;
- Lefort diz que não sabiam ao certo em qual categoria colocá-lo, mas tentavam um tratamento;
- Na fase preliminar (primeiro ano) ele repetia o comportamento de toda a vida (gritos, medo da mamadeira de leite, como se houvesse uma fobia, às vezes se aproximava a soprando, e medo da bácia d'água);
- Disse "mamãe" em face ao vazio (a mãe ausente);
- Numa noite, com uma tesoura de plástico, tentou cortar seu membro genital na frente das outra crianças. Vê-se aqui que ele está submetido a um princípio de destruição;
- Para saber o que quer dizer "o lobo!", é preciso relembrarmos sua história;

- Mudança de lugar, de quarto (uma destruição) -> portas abertas;
- Digestão e excreção -> mamadeira e pinico;
- Grande dificuldade em se livrar do cocô -> cena do pinico;
- Engolindo a destruição -> cena da mamadeira;

- O cocô é uma representação dele, ele não pode perdê-lo. 
- O problema primordial em Roberto é que NÃO há uma SEPARAÇÃO entre CONTINENTE e CONTEÚDO;
- Essa criança, como Dick, tinha muita dificuldade de passar da auto-destruição (violência) para a agressividade (agressão);
- Não consegue tomar posse do próprio cocô, pois não tomou posse da mãe. Não se diferenciou o continente (mãe) do conteúdo (ele);
- Todo tratamento visa passar de um estágio de violência para um estágio de agressão;
- O essencial é dar a entender que não se quer nada da criança, é preciso deixá-la livre para fazer o que quiser com os objetos;
- Essa criança tentava se diferenciar de seus conteúdos;

CONTINUA... (Próxima Aula)

Os Escritos Técnicos de Freud - Parte II





Frontispício
“Reflitam um instantinho sobre o real. É porque a palavra elefante existe na sua língua, e porque o elefante entra assim nas suas deliberações, que os homens puderam tomar em relação aos elefantes, antes mesmo de tocá-los, resoluções muito mais decisivas para esses paquidermes do que o que quer que lhes tenha acontecido na sua história – a travessia de um ri ou a esterilização natural de uma floresta. Só com uma palavra elefante e a maneira pela qual os homens a usam, acontecem, aos elefantes, coisas, favoráveis ou desfavoráveis, fastas ou nefastas – de qualquer maneira, catastróficas – antes mesmo que se tenha começado a levantar a direção a eles um arco ou um fuzil.” P.206 (LACAN,J.)

Programação
Parte II
1ͣ Aula: Sobre o Narcisismo
2ͣ Aula: A Báscula do Desejo
3ͣ  Aula: O Núcleo do Recalque
4ͣ Aula: Os Impasses de Michaël Balint
5ͣ Aula: A Função Criativa da Palavra
6ͣ Aula: O Conceito de Análise

Objetivos
1. Reintroduzir o registro do sentido
2. Introduzir o problema do ego e da palavra
3. Expor o caso de Roberto para abrir questões
4. Introduzir a questão dos dois narcisismos
5. Enfatizar a maneira pela qual o plano simbólico se liga ao imaginário
6. Afirmar e justificar que não há os escritos técnicos de Freud
7. Rediscutir a fórmula de Freud: “Lá onde isso estava, o eu deve estar”
8. Criticar o uso do termo associação “livre”
12. Discutir o conceito de análise
13. Considerar a noção do sujeito
14. A Significação da Palavra
15. Refletir sobre o Real

Desenvolvimento
“Pensar é substituir aos elefantes a palavra elefante, e ao sol um círculo. Vocês se dão bem conta de que entre essa coisa que é fenomenologicamente o sol – centro do que ocorre no mundo das aparências, unidade da luz – e um círculo, há um abismo. E mesmo se o franquearmos, que progresso há sobre a inteligência animal? Nenhum.
 Porque o sol enquanto é designado por um círculo não vale nada. Só vale na medida em que esse circulo é colocado em relação com outras formalizações, que constituem, com ele, o todo simbólico no qual tem seu lugar, no centro do mundo, por exemplo, ou na periferia, pouco importa. O símbolo só vale se se organiza num mundo de símbolos.” P. 256 e 257 (LACAN,J.)

Realização
CEP. HUGV
Coordenação de Ensino e Pesquisa
Contato: 3305 -4782

Investimentos
R$ 120,00 (ou R$ 20,00/aula): Estudante
R$ 240 (R 40,00 aula): Profissional
Emissão de Certificados com 75% de presença.

Informações
Marcelo Luna 82401089

Jéssica Pedrosa 93044186
Blog: psicanálise-na-cultura.blogspot.com
psicanalisesintoma.blogspot.com

Bibliografia
AGOSTINHO, Santos. De magitro. Santo Agostinho. Editora Vozes.
HARARI, Roberto. Discorrer a psicanálise. Artes Médicas.
LACAN, Jacques. Os escritos técnicos de Freud. Zahar Editor
FREUD, Sigmund. Introdução ao Narcisismo. Imago Editora
FREUD, Sigmund. O homem dos lobos. Imago Editora.
FREUD, Sigmund. A Psicologia das Massas e a Análise do ego. Imago Editora.
DELEUZE, Gilles, GUATTARI, Félix. O Anti-édipo. 34 Editora.
JACQUES, Alain MILLER, Jacob. Perspectivas do Seminário 23 de Lacan: O sintoma. Zahir Editora.

Apoio
Fabiane Aguiar, Paulo Almeida, Cláudia Santos e Astrid Caminha

Rua Lauro Calvacante, 250, Centro. Fone: 3232 -1373

4 de dez. de 2010

Patrocínios & Colaboradores

Tanto o projeto A Criança Como Desafio, quanto o projeto Psicanálise na Cultura, ambos coordenados pelo Dr. Galvão, na Faculdade de Medicina do Amazonas, carecem de maior difusão e apoio financeiro para que seja possível a excelência dos atendimentos e atividades realizadas periodicamente. Pedimos, por meio deste, a colaboração de qualquer orgão ou empresa (ou interessados) que visam estabelecer uma ponte direta com a saúde pública e a Psicanálise, colaborando não somente com as dezenas de beneficiados pelos projetos, como também com a própria cultura e conhecimento a ser distribuído nessas áreas. Contamos com a sua participação.

Obrigada,

À equipe de apoio.

28 de nov. de 2010

Os Escritos Técnicos de Freud - 27/11/10

Aprofundamento do CASO DE DICK

- Dr. Galvão defende que Dick é autista e deixa um convite em aberto para que outros venham discutir sobre isso;

- Melanie Klein consegue distinguir Dick de todas as crianças neuróticas, pela falta de ansiedade aparente e ele olha a Melanie Klein como se fosse um móvel, o que é típico de um autista;

- Melanie Klein não distingue bem introjeção de projeção; 

- A Dra. Gélinier critica, durante o seminário, Klein, se espantando com suas posições;

- Em Dick, vemos bem que há ESBOÇO de imaginificação, se é que posso dizer isso, do mundo exterior. Lacan Página 99);

- Não há em Melanie Klein nem teoria do imaginário, nem teoria do ego. Pois tudo para ela se situa no unreal reality (num plano de igual realidade) o que não permite conceber, com efeito, a dissociação dos diferentes sets de objetos primitivos;

- Estamos com Dick ao nível do apelo. O apelo toma o seu valor no interior do sistema já adquirido da linguagem. Ora, o de que se trata é que essa criança não emite nenhum apelo. O sistema pelo qual o sujeito vem se situar na linguagem é interrompido ao nível da PALAVRA;

- Ao apelo humano está reservado um desenvolvimento posterior, mais rico, porque se reproduz justamente num ser que já adquiriu o nível da linguagem;

- A palavra não chegou a ele. A linguagem não envolveu o seu sistema imaginário, cujo registro é excessivamente curto - valorização dos trens, dos botões das portas, do lugar negro. Suas faculdades, não de comunicação, mas de expressão, estão limitadas a isso. Para ele, o real e o imaginário são equivalentes;

- A partir do Caso de Dick e utilizando as categorias real, do simbólico e do imaginário, mostrei-lhes que pode acontecer que um sujeito que dispõe de todos os elementos da linguagem, e que tem a possibilidade de fazer certo número de deslocamentos imaginários que lhe permitem estruturar seu mundo, não esteja no real. Porque não está? - unicamente porque as coisas não vieram numa certa ordem. A figura no seu conjunto está pertubada. Não há meio de dar a esse conjunto o menor desenvolvimento. Lacan Página 105);


PRÓXIMO SÁBADO - Discussão do Caso de Roberto.

22 de nov. de 2010

Os Escritos Técnicos de Freud - 20/11/10

Continuação do CASO DICK com a participação especial de Dinara Guimarães.

 - Melanie Klein afirma ver "sintomas típicos" de uma demência precoce (termo em desuso, atualmente psicose esquizofrênica), excluindo uma doença orgânica;
- A neurose foi descoberta (o que é correto);
- Contra o diagnóstico de demência precoce: o desenvolvimento comprometido, a inibição e não regressão, além da esquizofrenia ser extremamente rara no início da infância;
- Ainda assim, Klein insistiu neste diagnóstico, ampliando-lhe para toda a infância;
- Rising (surgindo) -> A ansiedade (um sinal);
- A criança projeta sua agressividade nos objetos, se sente ameaçada, então ocorre a ansiedade;
- Todo o problema de Dick gira em torno da capacidade de simbolizar;

Nesse seminário, Lacan confunde a realidade (construída) com o real, dizendo que Dick vive na realidade.

"El vit dans realité." Pg. 82 

- Klein não construiu uma teoria do ego, do imaginário, etc., mas reconhece-se sua grande ousadia de falar com essa criança;
- Klein emprega o termo pré-maturação para dizer que Dick já atingiu, de algum modo, o estágio genital (como os kleinianos explicam isso?);
- Dick não assume, não pode estar no estágio genital;
- O trabalho de Klein gira em torno do sadismo como fundamental para o desenvolvimento de toda fonte de prazer genital;
- No caso de Dick, tal capacidade (o sadismo) não estaria bem desenvolvida;
- Lacan contradiz o que disse na pg. 82 falando que para Dick a realidade está bem fixada, pois ele não pode fazer idas e vindas;
- O VAZIO E O PRETO (o que Dick distingue);
- Hiância -> produzir o que é humano;
- Dick diz "poor Melanie Klein" ao vê-la com uma roupa um pouco despedaçada e nisso se encerra a resistência;

A TÓPICA DO IMAGINÁRIO

- Título ambicioso;
- Evoca o caso de Dick como sintetizável, pois mostra de maneira reduzida os grandes termos (imaginário, simbólico, real);
- Lacan confunde o registro da realidade com o real;
- Lacan desenvolve esses três trópicos, remetendo-se ao caso Dick;

O importante não é só compreender, mas não compreender e buscar pela compreensão (o que conta ao tentar se elaborar uma experiência);

- A dimensão do real suscita a incompreensão;
- "Comentar um texto é como fazer uma análise", diz Lacan;
- Interpretar e compreender não é muito a mesma coisa;
- Às vezes o texto dá impressão de que se sustenta, mas apenas à custo de ladainhas (maturação instintiva);
- O simbólico não é a linguagem;
- O eixo do imaginário -> temor ansioso;
- Modelo Ótico -> diverisdade de imagens;
- No gráfico de Freud o termo correto seria impressão e não percepção;
- Em matéria de ótica nunca sabemos a diferença entre o subjetivo e o objetivo;
- O arco-íris é um fênomeno subjetivo quando registrado em foto se torna objetivo;

Considerações de D. Guimarães:

Quando convidada a participar da palestra, principalmente para responder às críticas observadas pelo Dr. Galvão ao Seminário I, de Lancan, D. Guimarães foi muito clara ao relatar todas as condições do material publicado, incluindo a situação limitante pelo próprio modelo de seminário, e demais motivos que podem ter levado Lancan a tais possíveis falhas de compreensão. 
Dinara cita o fato de que as transcrições da obra podem ter sofrido muitas modificações, além disso, faz uma comparação com alguns escritos não oficiais dos seminários que a mesma possui, e afirma suas diferenças, propondo que alguém faça esse minucioso trabalho de comparação, afim de abrir luz à muitas dúvidas frequentes de tradução e transcrição, como tanto expõe o Dr. Galvão ao dizer que é preciso deter a cópia na língua original dos exemplares, mas não somente. 
Dinara também explica a aplicação do Modelo Ótico, tudo isso sob um agradável clima de debate com Dr. Galvão e demais participantes da palestra. Agradecemos a sua participação e deixamos em aberto o convite para mais momentos como esse.

Psicanálise & Cinema - Inauguração


Na manhã de sábado do dia 21 de novembro de 2010, foi realizado o evento de abertura  (Manhã Cultural Padre Luiz Ruas) do projeto PSICANÁLISE & CINEMA, supervisionado pelo Prof. Dr. Galvão, na Faculdade de Medicina (UFAM). 
Quem foi o Padre Ruas?
Cinéfilo, Padre e Poeta, Luíz Ruas beneficiou a sociedade amazonense com sua contemplação a arte e culto ao inovador.  O Projeto “A Psicanálise e o    Cinema” inaugura suas atividades  homenageando Luiz Ruas e apresentando um espaço de lazer e cultura aos estudantes e sociedade amazonense em geral

Como foi o evento?

O evento homenageou a memória e o ímpeto pioneiro deste ousado cidadão manauara que prestou suas habilidades criativas à constituição da identidade cultural Amazonense. O encontro objetivou discutir enredo e cenas acerca do filme erguendo questionamentos em geral sob a abordagem da Psicanálise e Psicologia, bem como, das diversas áreas do conhecimento concernentes às ciências humanas.

Participação especial de Dinara M. Guimarães

Importante presença na Manhã Cultura foi a de Dinara Machado Guimarães, Psicanalista e Doutora em Comunicação e Cultura pela UFRJ; autora dos  livros em psicanálise e cinema: Voz na luz e Vazio Iluminado: o olhar dos olhares.

Dinara participou inclusive, com relevantes contribuições, do projeto Psicanálise na Cultura, no sábado à tarde do mesmo dia, onde foram debatidos alguns possíveis equívocos de Lacan e, ainda, o caso Dick, de Klein.

Confira mais no próximo tópico específico do mini-curso Os Escritos Técnicos de Freud.

16 de nov. de 2010

Os Escritos Técnicos de Freud - 13/11/10


A DIMENSÃO SIMBÓLICA

- Toda percepção remete para uma percepção anterior;
- Para "denegar" é preciso antes afirmar (há uma estreita ligação entre ambos);

Ernst Kris e as graves entraves em seu trabalho intelectual

- Ele tem a sensação de ser um plagiário;
- Apesar da dificuldade de produzir, ele declama que toda sua tese já estava em sua biblioteca;
- Seu pai nunca publicou nada porque era esmagado por um avô que produzia muito;
- O analista não deve fazer uma pretensa análise de superfície, proposta por Kris;
- Não se faz interpretação baseada no comportamento do sujeito;
- A interpretação é válida, mas é importante ver como o sujeito reage a ela;
- O sujeito produz um "acting out", o que é produto de uma interpretação mal feita;
- O que interessa é extinguir a dimensão simbólica;
- Kris está entre o símbolo e o eu;
- É muito difícil conceber um eu autônomo, pois ele está sempre em função de outras instâncias;
- Lacan diz que "o eu é uma função de desconhecimento";

O CASO DICK

- Artigo de Klein: "A importância da formação do símbolo no desenvolvimento do eu", 1930;
- Ela considera que é preciso um certo nível de ansiedade para a construção de símbolos e fantasia (mas também se contradiz dizendo que o sujeito já nasce com essa capacidade);
- Dick não apresenta ansiedades; um caso de inibição do desenvolvimento do ego (não havia simbolismo);

"Dick tinha quatro anos de idade e pobreza de vocabulário, estava no nível de uma criança de quinze a dezoito meses." Klein

- Dick possivelmente era autista; não demonstrava muitos afetos, era indiferente à presença da mãe e da babá, não brincava, não tinha interesses, emitia ruídos;
- Klein utilizou um método brutal de intervir em Dick, através de trenzinhos, mas apesar dessa brutalidade, o método funcionou, pois fez Dick adentrar no simbolismo;
- Toda a teoria de Klein é em cima do corpo da mãe e do ataque de Dick a ele;
- Klein sabe que não se trata de uma esquizofrenia, mas se confunde ainda assim. A psicose é adquirida, o autismo não; a criança já nasce predisposta;
- O esquizofrênico possui alto nível de ansiedade, é angustiado (ao contrário do autista);

[CONTINUA] Próximo sábado.

11 de nov. de 2010

Os Escritos Técnicos de Freud - 06/11/10


RESISTÊNCIA (continuação)

Toda comunicação tem intenção de apoiar-se no outro;
- Resistência se dá em movimento de báscula, tendo como enfoque se relacionar com o desejo;
O que é o ego na Psicanálise?

- Se constitue nessa relação essencialmente diferente da Psicologia, onde ele é função de síntese, passível de se conhecer;
- Para a Psicanálise o ego exerce função de desconhecimento. Ele é passional, apaixonado pela ignorância; 
- Ego é lugar do desconhecimento por ser constituído por identificaçoes;
- O sonho tem função de palavra;
- O sistema simbólico é caracterizado pelo entrecurzamento linguístico (verschlungenheit);
- Só existe análise devido a ambiguidades;
- Denegação (verneinung), Freud, 1925;
- Simbolização primordial;
- O símbolo somente vem através da pulsão de morte;
- A palavra é a morte da coisa;
- Lacan faz questão de mostrar que a atuação de Freud não constitui uma luta contra resistência e que ele era completamente contra a "tirania da sugestão";
- Só há destinção entre as coisas devido a negação. Trabalho descompensado pela pulsão de morte;
- A inteligência humana brota a partir do afeto;
- A Psicanálise recupera o mito: a gênese da inteligência e do afeto é explicada pela Psicanálise de forma mítica;
- Negar é mais do que querer destruir - o negado vai aparecer;
- É preciso haver negação da negação para que o sim apareça. É pela negação que o símbolo vem ao mundo;
- Quando não há castração no simbólico ocorre alucinação no corte do real (pois não é feita a simbolição primordial);