Eis o resumo do que foi discutido no último sábado, 21 de maio, entre os alunos envolvidos no projeto Psicanálise na Cultura.
Na psicanáise freudiana o estudo dos fenômenos mentais gira em torno da metapsicologia que Freud elaborou, que abrange ao mesmo tempo os pontos de vista econômico, dinâmico e estrutural.
Abaixo uma breve descrição de cada ponto:
Dinâmico : a psicanálise não se limita a descrever os fenômenos mentais; explica-os através de interações e oposições de forças, sendo que tais forças dividem-se em impulsos de origem biológica (sexuais, agressivas) e contra-impulsos de origem social.
Econômico: leva em conta os aspectos quantitativos das forças em presença nos conflitos Analisa as quantidades de energia pulsional que são descarregadas.
Estrutural: põe em causa a estrutura do aparelho psiquíco. Primeira tópica: inconsciente, pré-consciente; segunda tópica: id, ego e superego.
Os fenômenos mentais se dão através do interjogo de estruturas psíquicas que são influenciadas por aspectos biológicos e culturais, ou seja, através da motilidade e não motilidade. Freud vê o aparelho psíquico como um objeto que flutua na água: o corpo capta informações da superfície e as percebe, e depois reage ao ambiente. Com o tempo, nessa dinâmica de capatção, seleção e descarga, forma-se o ego. É o ego que seleciona as percepções e tenta inibir a descarga dos impulsos que acredita não condizerem com a superfície. O ego transforma os processos primários e secundários.
Abaixo dessa superfície existe um caos de forças dinâmicas que objetivam exclusivamente a descarga. Elas estão em constante mudança devido às variados estímulos vindos da superfície e do corpo. O ego está para o id.
É preciso dizer que ego e id e consciente e inconsciente não são coordenados em suas relações. Consciente é entendido como percepções e impulsos, ingestão e descarga. Mas existem percepções inconscientes assim como existem percepções reprimidas. Existe também motilidade inconsciente, no caso do sonambulismo.
A porção que melhor se conhece da consciência é a "reprimida" - impulsos que foram inibidos para descarga que se tornaram inconscientes, sendo que eles procuram motilidade de forma derivada, ou seja, deslocando suas catexias para ideias associativamente conexas, menos objetáveis ao ego.
Mas é preciso deixar claro que o aparelho psíquico não consiste somente em ego e id e suas relações.
Sendo a consideração da realidade que impede o ego de satisfazer sues desejos e a energia com que tal ego realiza suas atividades instinto-inibidoras que é tirada do reservatório instintivo do id, uma porção dessa energia em energia contra-instintiva. Chama-se superego esta parte, que tem a função (entre outras) de decidir que impulsos são "aceitáveis" ou não.
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