FIGURAS DA RECUSA
“Deve-se inicialmente, assinalar bem a dificuldade terminológica ligada, até o momento, de forma quase inexorável, a este conceito. Se o termo Frances déni [recusa] parece, de fato, ser suficientemente específico no sentido usual de “déni de justice” [recusa de justiça], por exemplo – para designar uma suspensão da própria função de julgamento (uma recusa a levar em conta, portanto), o mesmo não ocorre com o verbo déinier [recusar] que, necessariamente, tende a levar o locutor ou leitor para o registro de julgamento negativo, até mesmo de denegação, o que representa, incontestavelmente, atos psíquicos de um alcance simbólico bem diferente. Talvez a dificuldade seja ainda maior em outras línguas: porque em português, por exemplo, a tradução inicial de déni foi denegação**! Porém, esta dificuldade se deve, sem dúvida, ao fato mais geral (e fundamental) de que a especificidade do ato de recusa – não a negação, mas a suspensão de qualquer julgamento – quase não é reconhecida na linguagem ordinária, principalmente nos verbos usuais que implicam a rejeição, como ocorre principalmente no alemão” (Penot, 1992)
Programação
1. A recusa da realidade. Início: 24/07/10
2. Além de um distúrbio da recordação.
3. A infância do delírio.
4. Sujeitos em suspenso.
5. Qual superego?
Objetivos
1. Precisar melhor o conceito de gozo proposto por Freud.
2. Aprofundar a questão do superego.
3. Tratar de superego enquanto instância psíquica.
4. Esclarecer o papel do superego paterno no psiquismo.
5. Refletir sobre o lugar possível da recusa da realidade nas diversas organizações da personalidade.
6. Fornecer uma ilustração do modo de perceber a recusa da realidade em uma cura.
7. Retomar o famoso comentário feito por J. Lacan sobre A Carta Roubada.
8. Apresenta a questão de uma heterogeneidade fundamental da instancia superegóica.
9. Assinalar a dificuldade da terminologia ligada ao conceito de recusa.
10. Revisar os trabalhos fr Freud que tratam da recusa.
Desenvolvimento
“Com referência às condições de nascimento da fantasia, o ponto essencial para o que nos interessa seria este: a própria operação que reconhece o Outro como falante e, portanto, “simboliza-o”, ao mesmo tempo, irá desligar-se (da Mãe), os “objetos parciais” freudianos – que Lacan designa como “a minúsculo” – os mesmo que irão, no sujeito, entrar na constituição de sua fantasia. Em compensação, pode-se conceber que todo fracasso persistente na marcação simbólica do Outro materno pela falta, será de natureza a impedir o desligamento dos objetos da fantasia inconsciente, entravando a própria operação de subjetivação e o trabalho de transformação próprio à fantasia” (Penot, 1992)
Informações
Jéssica - 81729138
Fernanda - 91077074
Isabela - 92112040
Bibliografia
Ambertin, M. G. Imperativos do supereu. Escuta
Lacan, Jacques. O seminário, livro III. As psicoses. Jorge Zahar Editor.
Lacan, Jacques. O seminário, livro X. A Angústia. Rio de Janeiro. Jorge Zahar Editor.
Leclaire, S. On tue um efant. Paris, Seuil.
McDougall, J. 1997. As múltiplas faces de Eros: uma exploração psicanalítica da sxualidade humana. São Paulo: Martins Fontes.
Meltzer, Donald. O Processo Psicanalítico. Imago Editora.
Pento, Bernard. Figuras de além do negativo. Porto Alegre: Artes Médicas.